O problema de perder Geromel no jogo contra o Flamengo, na Arena, ainda mais com o gol qualificado para evitar, é que sua ausência desfaz um setor onde a vantagem tricolor na semifinal da Libertadores é indiscutível: a dupla de zaga.
Nos outros setores, há equilíbrio ou vantagem para o Flamengo. As semifinais são apenas nos dias 2 e 23 de outubro. Tem tempo ainda. Muita coisa vai acontecer até lá.
O ataque rubro-negro é poderoso, mas o melhor atacante do Brasil é Everton. Se Tardelli encaixar até lá, nestes quatro jogos de Brasileirão que o Grêmio tem pela frente, ele faz frente com Bruno Henrique e Gabigol.
Maicon, Matheus Henrique e Jean Pyerre podem enfrentar a posse de bola de Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gerson. Precisarão estar em boa jornada, concordo, mas têm talento de sobra para tanto.
A diferença individual maior pró-Flamengo estão nas duas laterais. Rafinha e Filipe Luís são completos e esbanjam repertório, no meio e no ataque. Mais limitados, Galhardo e Cortez se restringem aos corredores, direito e esquerdo. O primeiro ataca melhor do que defende. O segundo defende melhor do que ataca.
O Brasileirão tem de servir para o Grêmio reconquistar uma vantagem que, na hora de onça beber água, pode inverter esse momento favorável que, hoje, é carioca: um entrosamento maior e uma experiência recente expressiva em decisões.
O Flamengo de Jorge Jesus está sobrando, mas ainda é recém montado. Pode oscilar ali adiante, por motivos variados. Como reagirá, se acontecer?