A distinção de melhor goleiro do mundo é uma consagração para o gaúcho Alisson. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o ex-jogador do Inter sempre sofreu resistências quanto a sua capacidade para vestir a camisa número 1 da Seleção Brasileira.
Os paulistas queriam Cássio, do Corinthians. Os mineiros exigiam Fábio, do Cruzeiro. E os cariocas nunca o aceitaram inteiramente, ainda mais quando era reserva na Roma e seguia sendo convocado. Sempre tinha aquela insinuação velada de bairrismo, ainda mais com o grande Taffarel sendo o preparador de goleiros.
A consagração como campeão europeu, pelo Liverpool, e o título da Copa América como defesa menos vazada encerra a discussão: Alisson é, de longe, o camisa 1 da Seleção Brasileira.
Reflexão
Não é mais uma opinião regional, e sim do planeta. Alisson só não será o goleiro na Copa do Catar-2022 por lesão ou muita má vontade, mesmo que não viva grande momento. Seu currículo é indiscutível. Mas o prêmio conquistado pelo gaúcho de Novo Hamburgo também deve motivar uma reflexão.
Há quanto tempo o Brasil não tem chance real de faturar o prêmio de melhor jogador do mundo? Houve um tempo em que eram vários pré-selecionados e até finalistas, de uma mesma geração: Roberto Carlos, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho, Rivaldo. Agora, é só Neymar – e olhe lá.
Messi foi eleito o melhor pela sexta vez, mas aí me parece que a Fifa perdeu a chance de eleger o zagueiro holandês Van Djik, do Liverpool, que teve uma temporada brilhante. O melhor do mundo não precisar ser necessariamente um atacante.