Reinam histórias, no passado, de técnicos de Grêmio e Inter combinando (para evitar surpresas, claro) a escalação de reservas em clássicos sem tanta relevância, para desidratar o impacto de um eventual resultado negativo. Haveria o risco dos dementes das redes sociais, ávidos por um vazamento tirado de contexto para linchar Odair e Renato.
Fora essa deformação do novo milênio, seria uma boa saída para os desafios maiores que esperam as duas instituições. Ninguém perde. Todos ganham.
Ambos se desgastaram muito contra Bahia e Palmeiras. Tiveram de correr atrás. O Grêmio fora, por não abrir vantagem em casa. O Inter em casa, por largar em desvantagem fora. Há lesionados e jogadores que precisam de descanso.
A Libertadores é logo ali.
O Grêmio, quinta-feira (25), encara o Libertad. Ir com folga à Assunção exigirá esforço redobrado e todos à disposição na Arena. Não existe Gre-Nal sem dividir cada lance como se fosse o último prato de comida. O risco de lesão é maior. O lado emocional repercute no físico com mais intensidade. Kannemann está voltando de lesão.
Jean Pyerre saiu mancando da Fonte Nova. O Inter entra em campo no Uruguai, quarta-feira, contra o Nacional, quatro dias depois do clássico de amanhã. Paolo Guerrero e D’Alessandro não suportariam. Dourado está lesionado. E se Moledo, Geromel, Nico ou Everton se machucarem?
Melhor a dupla Gre-Nal dar "casca" aos reservas, preparando-os para emergências nas copas, do Brasil e da América.
Vou além na tese de que ninguém perde com um Gre-Nal de reservas pela 11ª rodada do Brasileirão, faltando 27 longínquas a disputar. Sequer dá para dizer que faltarão grifes. Luan e Tardelli são campeões da América. Rafael Sobis é bicampeão. Pepê e Sarrafiore são xodós da torcida, que vê neles o futuro.
David Braz e Natanael, bem ou mal, são reforços da Europa. Têm mesmo de jogar. Isso sem falar na gurizada. Um Gre-Nal assim pode revelar uma peça diferente. Se Renato e Odair não se falarem para combinar a escalação de reservas, Marcelo Medeiros e Romildo Bolzan deveriam fazê-lo.