Há otimismo com Paolo Guerrero no Beira-Rio. Não pelo gol anulado no treino contra o Sapucaiense, mas a partir da sua resposta diária, anônima, nos bastidores colorados. É algo respaldado no acompanhamento dos profissionais envolvidos no processo. A maneira como ele se apresentou após quase um ano proibido de treinar adequadamente, em nada acima do peso, motivou a admiração da comissão técnica e do grupo de jogadores.
O peruano presta atenção e faz perguntas para entender cada novo exercício que lhe é proposto. Quer tudo esmiuçado, para potencializar movimentos. A evolução supera expectativas, por enquanto. A carga de treinamentos vem aumentando sempre, sem nenhum recuo ou atraso no cronograma devido a dores, cansaço ou até desânimo, após tantas incertezas na carreira.
Assim, as atividades prescritas para o centroavante de 35 anos, completados em janeiro, são sempre gradativamente mais fortes em intensidade e volume. Agora, por exemplo, o foco do preparador Cristiano Nunes é ampliar a sua tolerância à fadiga muscular, por meio do monitoramento com exames e indicadores. O pulo do gato para o estilo Guerrero virá a partir desse controle: trabalhar a potência no arranque, a capacidade de dar piques seguidos e a velocidade máxima possível.
Há otimismo de que, fisicamente, ele estará surpreendentemente perto do seu ideal quando tiver condições legais de estrear, a partir de 5 de abril. Ficará faltando o velho e bom ritmo de competição, é claro, mas a esperança de reabilitá-lo a tempo de fazê-lo brilhar já nesta Libertadores cresce no Inter.
A obstinação do peruano em provar ao mundo que foi injustiçado e que a carreira não será vencida pela acusação de doping impressiona quem convive com ele nos bastidores do Beira-Rio. Sem contar a Copa América pela seleção de seu país, a ser realizada no Brasil, entre junho e julho, que também o motiva a dar a volta por cima no Inter.