O presidente da FGF, Francisco Novelletto, sugere Porto Alegre como campo neutro para a realização da final da Libertadores entre Boca Juniors e River Plate. A Conmebol, acertadamente, tirou o segundo jogo de Buenos Aires, que não tem mais condições de sediar a partida, depois de tudo o que aconteceu com o ônibus do Boca na chegada ao Monumental de Núñez no último sábado (24), com direito a vidro quebrado e jogadores no hospital.
Aí o Novelletto se adiantou e sugeriu Porto Alegre. Reconheço a boa intenção do presidente em trazer um grande evento à capital gaúcha, mas vamos combinar que Porto Alegre não tem nada de neutro nessa decisão.
Se o jogo fosse na Arena, a torcida não seria apenas do Boca Juniors, mas de ódio ao River. Marcello Gallardo viria de boné? Traria rádio comunicador? Isso sem falar no show do Roberto Carlos, dia 8 de dezembro, mesma data anunciada pela Conmebol para a decisão fora da Argentina.
Se fosse no Beira-Rio, é claro que o torcedor do Inter, até pela afinidade com D'Alessandro, seria River desde criancinha.
Porto Alegre é perto de Buenos Aires. Seria uma invasão de barra-bravas, justamente os envolvidos nos atos de vandalismo no entorno do Monumental. Em partidas fora, são justamente esses os que viajam.
Esse Boca e River tem de ser a milhares de léguas de distância. É triste para a maioria de torcedores ordeiros de Boca e River, mas o mais seguro é que seja em qualquer lugar fora do continente: Catar, Estados Unidos, Emirados Árabes.
Mas Porto Alegre?
Campo neutro?
De jeito nenhum.