Para vencer o Grêmio por 2 a 0, Roger Machado usou o veneno com o qual foi abatido na Libertadores de 2016. O técnico do Rosario Central, Eduardo Coudet, marcou Maicon e Walace, os volantes apoiadores. Teve menos posse de bola, mas fez 3 a 0 na Argentina e 1 a 0 em Porto Alegre. Roger aprendeu a lição. No Palmeiras, vinha jogando com Dudu na direita e Borja na frente, sem William, fazendo-os guardar posição e mantendo o centroavante dentro da área. Vencia, mas não convencia.
Roger mudou. Passou Dudu para a esquerda, abriu Hyoran na direita no 4-1-4-1 e fortaleceu triangulações, com todos podendo circular do meio para frente. Sem a bola, marcação em Maicon e Arthur. As faltas (30 a 13), muitas em Arthur, é a prova. A saída de Maicon no intervalo ajudou, mas a estratégia deu certo. Roger foi contratado para ir além de Cuca, que se sustentava nas individualidades. A cobrança era por vitórias também táticas. Por isso, Roger recebeu tantos elogios.
Parecia impossível um time brasileiro ganhar do Grêmio adotando ideia longe do modelo com ênfase defensiva. Estava virando lei se retrancar como única alternativa para não apanhar do campeão da América, desde que o Santos tentou e tomou de cinco. Se virar moda e todos copiarem o Palmeiras, ainda que nem todos tenham um grupo como o de Roger para fazer isso, Renato terá de pensar no contraveneno. Já mostrou que sabe sair de situações assim.