Perder é ruim em qualquer circunstância. O Inter tem de ter isso em mente para o restante do campeonato, apesar dos erros de arbitragem que poderiam até ter virado o jogo sobre o Palmeiras, tanto no pênalti não marcado em Nico López quanto no gol de Leandro Damião, no qual o auxiliar vê impedimento inexistente segundo antes do que seria um frango de Jaílson.
Mesmo com a influência direta do apito (que erra e acerta: não dá para entrar nesse de perseguição), o Inter poderia ter evitado a derrota se tivesse mais qualidade e confiança com a bola no pé, especialmente no penúltimo passe. Nico e Gabriel Dias abusaram de falhar nesse fundamento.
Dourado e Patrick conduzem demais a bola, o que oferece falsa ilusão de rapidez. Ao contrário: é um vício que atrasa a transição, facilitando a recomposição adversária e impedindo. São falhas que precisam de correção, e elas nada têm a ver com arbitragem.
O desempenho colorado foi acima da expectativa contra o Palmeiras, um postulante ao título que lidera seu grupo na Libertadores. Se jogar sempre como no Pacaembu, o Inter alcança o seu objetivo em 2018, que é chegar a dezembro em segurança, sem dramas de rebaixamento.
Em tempo: com Damião e Pottker, mais D'Alessandro por trás, como foi durante 20 minutos do segundo o tempo, é outro Inter.
Lições
Após a decepção em Salvador, escrevi assim: mais grave do que a eliminação seria não aprender com ela. No Barradão, o Inter jogou recuado demais, só na reação, com raras ultrapassagens.
Até o contragolpe exige algum risco. A postura de linhas baixas atraiu o Vitória para dentro da sua área. O preço pago foi alto.
Neste domingo, em nenhum momento, isso aconteceu. Mesmo antes do gol do Palmeiras, a iniciativa era do Inter, mesmo sem muita lucidez.
O Palmeiras só teve mais posse nos 15 minutos anteriores ao gol de Dudu, a 39 da primeira etapa, em jogada de Keno por um lado direito de defesa em que Gabriel Dias, Klaus e Nico pareciam falar outra língua.