Escrevo de Londres, voltando da cobertura do Mundial de Clubes, vencido pelo Real Madrid contra o Grêmio. Não tive oportunidade de acompanhar o Lance de Craque, evento promovido por D'Alessandro, mas sei que novamente foi um sucesso.
Na estreia, lá atrás, escrevi que tinha tudo para entrar no calendário oficial de eventos da cidade. Entrou mesmo. Todo ídolo que se preocupa em devolver um pouco aos que o acolheram merece aplauso. Não é tão comum assim jogadores dotados de consciência social.
Mas me chamou especial atenção a maneira como D'Alessandro se referiu à derrota do Grêmio. Ele poderia ter tocado flauta, como se diz na gíria, mas preferiu enaltecer o Real e o fato de o Grêmio ter ido à decisão. E olha que os torcedores do Inter ouviram poucas e boas nos últimos meses, em razão do ano bom tricolor.
Mas há o momento de rivalizar, sempre com limites, o que faz parte do futebol. E há o momento de não entrar em dividida desnecessária. A tolerância é uma arte contra os cegos de lucidez, e o capitão colorado soube exercê-la. D'Alessandro não é D'Alessandro por acaso.