
Imagino que D’Alessandro tenha consciência de que errou ao bater boca com torcedores após a derrota para o Ceará, no Beira-Rio. A democracia é o regime da vaia, e não do aplauso.
A cabeça fria tem de partir dele, a figura pública, no seu caso aplaudido em nove entre 10 situações no Inter. Costumo dizer que D’Alessandro é um combo.
Não dá para ter o líder generoso, lutador e campeão sem os excessos que a cabeça quente volta e meia produzem. Não há como separar, sob pena de perder o filé e ficar só com o osso. D’Alesssandro é 220v sempre. Nunca 110v. Pode entrar em curto-circuito
Agora, é preciso dizer que ele também tem o direito de se expressar contra vaias ou críticas. É uma prerrogativa sua como cidadão, até porque uns e outros ofendem a honra dos profissionais, ali pertinho do campo, e isso não é correto e justo.
O problema foi o tom e alguma generalização ao lidar com a vaia. Tivesse apenas dado entrevista, a discordância seria de conteúdo, jamais de comportamento. Bem, mas fim de papo.
A relação de D’Alessandro com a torcida do Inter é familiar. Do tipo pai e filho. Ou de irmãos: não há arranca-rabo que supere a paixão de um pelo outro.