Passou longe daquela atuação indesmentível, capaz de produzir a crença de que dezembro chegará sem sobressaltos e com o Inter na Série A. Mas a vitória veio com justiça e volume de jogo.
Na noite desta terça-feira, no Beira-Rio, o fundamental era vencer. Vencer na força, na gota de suor a mais, na consciência de aceitar que há deficiências técnicas, sim senhor, e, por isso, só com lides espartanas elas serão superadas. Um 2 a 0 merecido e sem contestação possível.
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Guto Ferreira sacou Felipe Gutiérrez e apostou em Eduardo Sasha, mudando do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, com Sasha e Pottker pelos corredores, D’Alessandro por dentro e Nico adiante. Deu certo.
Os números apontam 19 finalizações, sendo sete certas. É bastante, embora algumas em chutes fracos. Mas o volume indica iniciativa. E tantos arremates também sinalizam que a cobrança por encerrar partidas sem concluir pegou no vestiário. A direção cobrou forte.
Vaiado no alto falante na hora da escalação, Sasha saiu aplaudido quando foi substituído. Com muita personalidade, fez gol, recompôs e obrigou o goleiro a operar milagres. Terminou extenuado. Charles, ao lado de Edenilson como volante, também merece registro.
A postura dos jogadores em uma partida na qual a cabeça de Guto estava a prêmio chamou a atenção, com envolvimento e concentração mesmo nos passes errados, sem ninguém desistir da jogada. Soube marcar e saiu mais para o jogo do que Edenilson.
Guto Ferreira fica, ao menos por ora. No Inter que adora demitir treinadores tudo é possível. Mas o fato é que a produção colorada foi bem superior diante do Oeste, exatamente o que a direção exigiu após a derrota para o Vila Nova: vitória sem sobressaltos e rendimento melhor.
Novo triunfo sobre o Goiás de Argel Fucks pode significar o melhor cenário para o Inter nesta Série B: G-4 consolidado – e sem mais uma ruptura na casamata.