O problema do Antonio Carlos Zago no tropeço medonho que foi empatar com o ABC no Beira-Rio foi menos os três atacantes e mais não ter lido o jogo. Logo ficou claro – inclusive à certa altura do primeiro tempo – que a mecânica do Inter restou confusa, sem penetração, excessivamente pelos lados. Boa parte das finalizações veio de chuveirinhos precipitados para a área: 42, um número altíssimo contra um candidato a cair. Mesmo com 1 a 0 a favor do Inter, registrei na transmissão da Gaúcha que a atuação era fraca e com riscos.
O Inter perdeu o meio-campo, já que a trinca de ataque flutuava pouco, ficando de costas para o jogo. Abriu-se um buraco na faixa central, e por ali o modesto ABC se assanhou. Levou o empate de contra-ataque, em casa e com vantagem no placar. Bastava ter trocado Cirino, o mais apático do trio ofensivo, por Edenilson. Ou por Carlinhos, empurrando Uendel para dentro. Zago teve chance de proceder o ajuste que o campo pedia após o gol de Pottker, de ótima estreia.
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O técnico insistiu nos três atacantes, com Diego na vaga de Cirino. A única conclusão lúcida do ABC foi o gol de Pardal, mas antes encaixara outros contra-ataques, com direito a gol anulado e finalizações erradas. O ABC rondou Daniel. Geninho disse que o Inter deu espaço e os aproveitou na volta do intervalo.
Resultado péssimo, mas pedir a cabeça de Zago não adianta nada. Seria repetir erros do passado. E nem é justo. Melhor ajustar o time e aprender com a decepção. Como disse antes, posso reafirmar agora. Se embarcar na tese de subir na barbada, só pela camisa, o Inter vai se complicar.
* ZH Esportes