O Barcelona vai trocar de técnico. Luiz Enrique encheu o saco de ficar esperando uma renovação de contrato que obviamente não viria e pediu o boné.
Sairá ao fim da temporada, com elegância e a assinatura de alguns troféus nos salões do Camp Nou. Os cotados para substituí-lo são Jorge Sampaoli (Sevilla) e Mauricio Poquettino (Totenham), ambos argentinos e quase nerds de tanto que se atualizam em teoria e prática.
Por que nenhum brasileiro é cogitado? Outra questão: quantos, se assumissem, teriam destino diferente de Felipão no Chelsea e Luxemburgo no Real Madrid, que fracassaram mesmo tendo overdose de craques à disposição?
Lembro de uma vez que o próprio Luxa me contou a história de quando tirou Zidane de um jogo. Imagine só. Havia estrelas de sobra: Ronaldo Nazario, Emerson, Casillas e outros.
Tite e vários outros profissionais da nova geração das casamatas, que o têm o técnico da Seleção como espelho, nutrem o sonho de romper essa barreira. Por enquanto, brasileiro à beira do campo, só por aqui na nossa reserva de mercado ou nas periferias do mundo da bola, onde os de primeiríssima linha não vão.
Os desafios são enormes: fluência mínima em outro idioma, absorção de culturas diferentes, no país e no clube. Sem falar na gestão de grupo: a história de família isso e aquilo não funciona em todo o lugar.
Não faço ideia de quanto tempo ainda vai demorar para um brasileiro ser cogitado pelo Barcelona, como acontece agora com os dois argentinos, Pochettino e Sampaoli.
Imagino que Tite, quando terminar o seu ciclo na Seleção, vá abrir este caminho e mudar a imagem (nem sempre justa) de boleirão que nossos técnicos ainda têm lá fora.
Até lá, suspeito, a barreira ficará em pé, esperando alguém para ser superá-la em nossas casamatas.