O Inter agiu bem em não alardear a notificação de audiência marcada pelo TAS no Caso Victor Ramos. Chegou a se pensar em entrevista coletiva, mas poderia parecer provocação. Algo assim como cantar vitória antes do tempo. Correto. Até porque o processo pode voltar da Suíça para o STJD, e aí duvido que se resolva antes de as séries A e B começarem. A CBF, claro, vai trabalhar para protelar ao máximo essa história, apostando no campeonato em andamento.
O fato é que, ao analisar o caso, o tribunal suíço abre a esperança de o Inter cair no campo e voltar pelo talento de seus advogados. E eles são mesmo ótimos, vale dizer. É uma prerrogativa sagrada do Inter buscar o que entende ser direito seu. Está na constituição. Mas o orgulho de poder colocar a boca no trombone a cada tapetão dos adversários, justamente por jamais ter recorrido a este expediente, cai por terra. A imagem do clube aos olhos do país sofrerá abalos.
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Para atenuar o rótulo do Inter como clube do tapetão em nível nacional, dois aspectos o ajudariam: a postura de Gustavo Juchem, o vice jurídico, que teve de lidar com essa bomba, armada pela incompetência da direção passada em permanecer na Série A dentro de campo. Ele já adiantou que não irá recorrer, seja qual for a decisão do TAS. Assim, sinaliza que não quer novela para melar o campeonato.
Outro ponto: depois de a CBF acusar o Inter de falsificar documentos, desistir da ação era quase admissão de culpa. Aguardemos o dia 4 de abril. A esperança constrangida do Inter vem da Suíça.
Dispensado
O curioso, para além dos meandros jurídicos, é que Victor Ramos está sem clube. Trata-se de um zagueiro tão limitado que Argel preferiu Alan Costa. Isso mesmo: Alan Costa. Ou seja: a presença de Victor Ramos não fez diferença alguma em favor do Vitória. Foi dispensado. Não teria sido mais simples o Inter ser ao menos 16º entre 20 clubes, e não pagar este mico todo?