O ambiente que o Inter enfrentará contra o improvável Princesa do Solimões, em Cascavel, com transmissão ao vivo da RBS TV, será uma amostragem da Série B. Não pelo adversário. Os amazonenses são bem piores do que os adversários da Segundona. Em tese, barbada. Mas nada é barbada em meio ao trauma, e o Inter ainda é um time traumatizado, descrente de si mesmo.
Refiro-me ao clima de desconforto e tensão do próprio Inter. Qualquer fracasso no andar debaixo ganha contornos de Mazembe nacional. Imagine ser eliminado por um inimigo vindo de Manacapuru (AM)? O medo de que isso possa acontecer, para quem se imaginava imune ao descenso por escolha divina, pode turvar o passe, a recomposição, o arremate. Eis o risco.
Um ex-jogador e ídolo colorado recente, muito identificado com o clube, está assustado com a lentidão da equipe de Antonio Carlos Zago. Ele sabe que é começo de temporada e defende o técnico, mas está preocupado com o que vê, de longe. Este ano, Copa do Brasil e Gauchão só valem como treino para a Série B. Ganhá-los ou perdê-los não importa.
O ano só será salvo em caso de volta à Série A, mas a classificação terá de vir de qualquer maneira, pelo emblema do evento em si. A atuação é o de menos, excepcionalmente. O Inter ainda não está preparado para nova depressão. Na noite desta quarta-feira, vitória é não ser eliminado pelo time de Manacapuru. Empate serve.