A crença histórica do brasileiro é de que o Estado é responsável pela sua felicidade e culpado por sua infelicidade. O Estado está acima e fora dele, ele não faz parte do Estado. Quando ele depreda um bem público, ele depreda o que é “deles”; quando ele sofre, ele sofre por causa “deles”.
Os porto-alegrenses que fecharam ruas para protestar contra a falta de água e de luz, depois de uma tempestade como a que se abateu sobre a cidade na sexta-feira, são o exemplo escarrado dessa distorção.
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Porto Alegre e o Brasil não dispõem de agências de previsão do tempo com 200 funcionários, como nos Estados Unidos. Os fios da cidade estão todos suspensos por postes, e não enterrados, a salvo de ventos e intempéries. Se no mundo inteiro os eventos climáticos inesperados causam pavor, muito mais em uma cidade que não é rica.
No momento em que se precisa de compreensão, paciência e solidariedade, o que se vê é birra, manha e egoísmo.
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Depois da tempestade, o cidadão tinha de sair de casa, sim, mas para limpar as ruas, não para fechá-las num protesto infantil e mimado.
Ou alguém acredita que os órgãos públicos não querem consertar os estragos causados pela intempérie?
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Não é hora de procurar culpados, é hora de encontrar soluções.