O presidente do PTB nacional, ex-deputado federal Roberto Jefferson, foi denunciado pelo Ministério Público gaúcho por ofensas proferidas contra o governador Eduardo Leite em entrevista à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre. Os promotores decidiram mover duas ações: uma na esfera criminal, por injúria e preconceito, e outra na cível, por dano moral à comunidade LGBT+.
Esta última é um movimento inédito do MP, pois os promotores entenderam que as ofensas do ex-deputado — condenado no Mensalão — têm alcance coletivo. Em 20 de março, o próprio governador foi ao órgão representar contra Jefferson por injúria e homofobia.
A entrevista ocorreu no dia 12 de março, oportunidade em que o presidente do PTB criticou o modelo de distanciamento controlado e proferiu ofensas com conteúdo homofóbico contra Leite. Na mesma semana, Jefferson enviou áudios pelo WhatsApp para integrantes do PTB gaúcho ofendendo o vice governador, Ranolfo Vieira Jr, membro do partido. Nas manifestações, Jefferson ainda atacou Leite por, supostamente, usar de forma indevida recursos enviados pelo governo federal ao Estado. O governo nega qualquer irregularidade e, ao Ministério Público, explicou a destinação dos recursos. O governador, ao fazer a representação, justificou:
— Vim ao MP para oferecer uma representação contra Roberto Jefferson por injúria, por homofobia, por agressão, que não é exclusivamente a mim, pessoalmente, mas a toda a sociedade, ao povo gaúcho e ao povo brasileiro. Manifestações que geram confronto, que geram discórdia, que são indignas e que não podem ser toleradas.
A ação civil pública pede indenização de R$ 500 mil a ser destinada ao Fundo de Recuperação de Bens Lesados.