Deputados federais e senadores decidem nesta segunda-feira (1º) quem comandará o Congresso pelos próximos dois anos. Tudo indica que os candidatos alinhados com o governo Bolsonaro vão vencer as disputas: na Câmara, Arthur Lira (PP-AL); no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Nessa disputa, como nas anteriores, houve farta liberação de emendas parlamentares — algo em torno de R$ 3 bilhões — para garantir votos favoráveis aos governistas. Se Lira vencer, será a consagração do centrão, o grupo de partidos que se move de acordo com o pêndulo do poder.
A disputa toda girou em torno de discussões partidárias, fatias de poder e quem pode barrar o impeachment. Faltou, porém, aquilo que mais interessa ao país agora e depende da caneta do futuro presidente da Câmara: qual será o compromisso do novo comando do Congresso com as reformas, os ajustes.
E, para isso, o país tem pouco tempo. Algo em torno de 11 meses para que seja discutido e aprovado qualquer projeto de reforma, seja tributária ou administrativa.
Será de hoje até o último dia do ano. Porque ninguém acredita que, tendo três anos inteiros para fazer reformas, a Câmara vai meter a mão na massa em ano de eleição. A disputa do ano que vem é eleição deles, então dificilmente os parlamentares vão se enredar em discussões difíceis, que gerem atrito num período em que vão precisar buscar votos para si.
O relógio corre contra o tempo. E ainda tem espaço para fazer os ajustes.