Quanta diferença de discurso. A esclarecedora entrevista com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros (ouça abaixo), deu uma perspectiva clara e objetiva sobre os passos da vacinação contra o coronavírus no Brasil.
Serão 5 milhões de pessoas vacinadas num primeiro momento. Até o fim do primeiro semestre, a intenção é imunizar 73 milhões de pessoas em todo o país, o equivalente a um terço dos brasileiros.
Vai ser possível, assim, ir além das faixas da população que integram grupos prioritários até junho.
A distribuição das doses vai começar imediatamente após a autorização da Anvisa e será simultânea em todos os Estados. A primeira pessoa a ser vacinada, o brasileiro-símbolo a ser imunizado por primeiro, ainda não foi escolhida. Mas, convenhamos, isso é um detalhe. Importante, mas é um detalhe.
A entrevista de Medeiros nem parecia as confusas — e com tom de mágoa — entrevistas coletivas do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O secretário imprimiu o adequado senso de urgência que o tema merece.
Garantiu que até o final do ano serão vacinados 177 milhões de brasileiros. E foi assertivo: o "dia D" e a "hora H" serão mesmo na semana que vem, provavelmente na quarta-feira, em momento igual para todo o país.
O que talvez o ministro da Saúde ainda não tenha compreendido — e que seu secretário de Vigilância demonstra ter domínio — é a necessidade de dar respostas claras para a população, a maioria dos brasileiros, que enxerga na vacinação um caminho para deixar a crise da pandemia para trás. Menos mal dentre tantas notícias ruins, a Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde está pronta para executar a mais urgente campanha da nossa história.