Um conto sempre narra duas histórias: uma evidente e outra secreta. A tese, desenvolvida pelo escritor argentino Ricardo Piglia no livro Formas Breves (1999), funciona lindamente para a literatura, mas não só. Assistindo a um filme ou a uma série de TV, sempre volto à formulação de Piglia e me pego perguntando que história está sendo contada nas entrelinhas. Em muitos casos, é ali, no não dito, que se esconde boa parte daquilo que nos perturba ou encanta em uma narrativa. Hemingway comparava o conto a um iceberg: apenas a superfície deve ficar aparente, cabendo ao leitor imaginar – ou subentender – o que não está escrito com todas as letras. O mais importante, dizia, é o que não se conta.
Versões
Opinião
Teoria do iceberg
Apenas a superfície deve ficar aparente, cabendo ao leitor imaginar – ou subentender – o que não está escrito com todas as letras
Cláudia Laitano
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