A falta de investimento é a principal justificativa quando se fracassa no futebol. E no Grêmio não é diferente. A cada dificuldade, o técnico Renato lembra que, se o clube gastasse muito mais, o time seria mais forte e melhor. A prática, no entanto, é diferente do que se insiste em dizer. A atual gestão do Grêmio contratou 38 jogadores em dois anos e gastou bastante dinheiro. Os fatos, como sempre, superam as teses.
No início da Gestão Alberto Guerra, o Grêmio precisou fazer muitas contratações em razão da dificuldade de montagem do grupo que havia voltado da série B. Suárez, Cristaldo, Carballo, João Pedro, Reinaldo, Vina, Fábio, Gustavinho, Bruno Uvini, Everton Galdino, Pepê e André Henrique foram os primeiros, com destaque para os investimentos em Carballo, Cristaldo e Pepê, que atingiram cerca de 10 milhões de dólares. Suárez foi a grande estrela do clube. O negócio foi desenvolvido com inteligência tanto do futebol como do departamento de marketing do Grêmio.
Na janela do meio do ano, no entanto, o fracasso foi completo. Caíque, Rodrigo Ely, Iturbe, Besozzi, Luan e JP Galvão chegaram para ajudar o clube a vencer o Campeonato Brasileiro de 2023. E não conseguiram. O destaque negativo foi o alto investimento em JP Galvão, que veio para ser o parceiro de Suárez no ataque e acabou sucumbindo completamente.
Na segunda temporada, mais uma vez, o Grêmio foi as compras e gastou muito mais. Soteldo, Du Queiroz, Diego Costa, Pavon, Mayk, Rodrigo Caio, Edenilson e Rafael Cabral foram os primeiros a chegar. O destaque está no custo de Pavon (4mi de dólares) e nos empréstimos pagos para Mayk e Du Queiroz (ambos por 500 mil euros). Fracassos. Uma folha definitivamente inflacionada, sem a evolução do grupo de jogadores.
Na janela do meio do ano, o Grêmio mudou a conduta e fez melhores investimentos. Arezo, Monsalve e Aravena vieram por cerca de 10 milhões de dólares. Braithwaite chegou apenas pelo “salário” (luvas, rendimento mensal e impostos), mesmo que seja alto para os padrões do próprio clube, deve ser considerado um bom investimento.
Ao final disso, algumas verdades surgem e superam as teses insistentemente ditas por aqui. O Grêmio contratou 38 nomes na atual gestão e fez altos investimentos. Mesmo nos melhores momentos, o clube nunca havia gastado tanto em reforços. Além disso, uma alta folha de pagamentos também acompanha esse contexto. Como consequência, podemos afirmar que o que não está dando resultado é o trabalho do futebol e do técnico. Diante de todo o esforço do clube, o time do Grêmio tinha a obrigação de jogar melhor. Contra fatos, os argumentos perdem força.