O Grêmio empatou com o Cruzeiro e poderia valorizar muito o fato de somar um ponto. Voltar para Porto Alegre mais próximo da permanência na primeira divisão deveria ser a grande notícia da noite. A entrevista de Renato, no entanto, acabou dominando a repercussão pós-jogo e assustou pelo tom de ameaça, mais uma vez utilizado contra a imprensa.
O Grêmio é um clube que movimenta a paixão de milhões de pessoas, e as suas representações são muito escutadas. Diante disso, a palavra dos seus comandantes soa como mantra na torcida e o tom bélico adotado pelo clube nos últimos meses merece uma análise um pouco mais profunda.
O discurso do ódio precisa terminar o quanto antes. O tom agressivo de Renato no Mineirão não foi um caso isolado. Essa tem sido a conduta média do treinador e o Grêmio, institucionalmente, nunca se colocou contrário ou desautorizou o técnico com relação a esse tipo de manifestação. Renato, nesta quarta-feira (27), falou como se a torcida fosse uma massa de manobra capaz de se transformar em uma ferramenta de agressão.
O Grêmio é um clube que foi construído pela força da pluralidade e nunca teve no ódio e na discriminação algo presente na sua história. As condutas adotadas por Renato e por alguns dirigentes precisam ser banidas do ambiente com urgência. O clube precisa acordar para os riscos que esse tipo de discurso traz. Ambientes hostis não fazem bem a ninguém e usar essa "técnica" apenas destrói as relações.
Esta na hora do Grêmio voltar a entender a sua função e respeitar todas as suas relações. O Grêmio sempre será maior do que tudo e todos, e ninguém tem o direito de criar um ambiente que não combina com a história do clube.