No sábado (27), foi o técnico do Grêmio. Já no domingo (28), coube ao treinador do Inter. O tom de desabafo foi a semelhança entre os dois discursos das casamatas dos treinadores de Porto Alegre. Renato falou da arbitragem e Coudet do ambiente.
Esta na hora de tentarmos entender o nível de tensão que o futebol está vivendo. As manifestações de dois treinadores, muito bem remunerados, com processos de lideranças definidos e com uma clara posição de estabilidade no emprego, indica algo muito mais complexo do que podemos imaginar.
Em primeira análise, podemos pensar, de forma simples, que Renato e Coudet utilizaram os seus espaços nas coletivas para tergiversar diante dos resultados insatisfatórios das suas equipes, mas imagino que podemos ampliar a reflexão.
O atual estágio de pressão causado pelas novas formas de comunicação e pela consequente relação desse fenômeno com o estádio está tensionando todo o ambiente do futebol. O nível de estresse começa a ficar visível para qualquer leigo no assunto.
Será que estamos no caminho certo? Futebol é isso? As redes sociais e as suas consequências podem ser questionadas ou essa nova lógica é intocável? Por ganhar muito, os treinadores não têm o direito de sentir a pressão? Enfim, perguntas e mais perguntas e, na grande maioria, completamente sem respostas.
As entrevistas precisam ser lidas além das palavras. A imagem dos dois líderes da dupla Gre-Nal merecem muito mais do que uma simples interpretação. Esse novo contexto parece ter mexido forte com Renato Portaluppi e Eduardo Coudet.