Uma das modalidades mais praticadas no país, o skate mostrou toda sua força em Porto Alegre. A capital gaúcha recebeu, nos últimos dias, alguns dos principais nomes do esporte, como as campeãs mundiais Rayssa Leal e Pâmela Rosa e o medalhista olímpico Pedro Barros. Além deles, atletas experientes e promessas transformaram o trecho 3 da orla do Guaíba no principal centro de skate do Brasil.
O evento contou com um grande público em seus três dias. O sol forte e inclemente, que castigou espectadores e atletas, também deu seu toque de contribuição com o inesquecível e inigualável pôr do sol do Guaíba. Com um cenário desses, e tantos talentos na pista, fica impossível não querer repetir as palavras da gaúcha Sofia Godoy, de apenas 14 anos, campeã da prova do park feminino: "um final de semana que vai ficar na memória".
Porém, como todo grande evento, alguns senões precisam ser registrados para que no futuro a competição ainda tenha um nível maior. E não falo dentro da pista. Mas fora dela. Estive nos três dias de competição no local e pude presenciar algumas reclamações de pais de atletas que foram barrados na manhã de sábado, na portaria de entrada, assim como alguns skatistas, por conta de um não entendimento de quem poderia e por onde deveria entrar. As credenciais eram pulseiras de cores distintas e por decisões de uma ou outra pessoa, por vezes, até mesmo quem estava autorizado a ingressar em determinado local acabava sendo surpreendido pela troca inusitada, o que acabava gerando alguns incômodos.
Quem circulou na região pôde observar que diversos tapumes foram colocados no entorno da pista, que ao mesmo tempo em que serviam de proteção para a estrutura externa montada para receber a chamada família do skate, acabaram por aumentar a temperatura ambiente. Eles impediam a circulação de ar, por menor que ela fosse na tórrida capital gaúcha.
Um outro ponto fica por conta dos ingressos. Eles eram gratuitos e isso deve ser saudado e aplaudido. O sistema era a inscrição e validação de um QR code fornecido no site do evento. Porém, alguns mal intencionados acabaram vendo uma oportunidade de vender entradas para as provas e cobrar por algo que era gratuito.
A fiscalização no entorno demorou para agir e só o fez após ser alertada pela reportagem de GZH, que precisou recorrer à secretária de esportes do município para que alguma providência fosse tomada. Mesmo que sem a efetiva detenção dos "espertalhões".
Mas, enfim, são pontos referidos para que não se repitam em um novo evento desse porte. Que o skate dê exemplo com suas competições e clima amistoso, onde antes de competir o importante é fazer amigos e conviver com respeito ao próximo, independente de qualquer escolha.
O legado da semana em que Porto Alegre recebeu o STU National com certeza irá além das competições. Ele ficará registrado na memória de muitos jovens gaúchos e gaúchas, que puderam ver ídolos de sua geração na pista, ou que receberam locais revitalizados como as pitas do IAPI e da Restinga. A festa do skate realmente foi "um final de semana que vai ficar na memória", como disse Sofia Godoy.