Ele reinou absoluto na comunicação brasileira por 60 anos. Aos 93 anos, Silvio Santos nos deixa, mas seu legado é imenso.
Não há comunicador no entretenimento que não tenha se inspirado em alguma qualidade sua: carisma, domínio de palco, leveza, inigualável condução de programas longos e, principalmente, sensibilidade para perceber o que poderia cair no gosto popular, além de identificar talentos como ninguém (as carreiras de Maisa Silva e Larissa Manoela, reveladas por ele, estão aí para comprovar isso).
Eu sou cria do entretenimento popular. Sendo assim, cresci profissionalmente admirando a forma como Silvio sabia conduzir produtos tão diferentes e, ao mesmo tempo, altamente consumíveis pelo público. Do pitoresco Porta da Esperança até o instigante Show do Milhão, passando pelo animado Programa Silvio Santos, tudo ganhava brilho em suas mãos e enchia os olhos daqueles que ovacionavam o camelô que se transformou em rei da televisão brasileira.
A imagem magnética de Silvio Santos provavelmente não terá outra à altura na comunicação brasileira. Ele inventou aquele jeito único de entreter, com seus bordões, sua alegria e sua gargalhada inconfundível (quem nunca riu da risada de Silvio?), sem limites para divertir sua plateia, o que faz de todos nós, comunicadores de rádio e tv aberta no entretenimento, crias do "patrão".