
Se depender do otimismo visto no primeiro dia da Expodireto-Cotrijal, em Não-Me-Toque, os negócios em uma das principais feiras de tecnologia agrícola do país não deixarão a desejar – diferentemente dos últimos dois anos.
A razão para o ânimo revigorado vem principalmente das lavouras de grãos, com a soja prometendo bater novo recorde de produção neste ano. Os sinais de recuperação da economia brasileira, com juro e inflação menores, completam o cenário alentador.
– O Brasil passou por uma crise econômica sem precedentes. Agora, é a hora da retomada, de voltar a investir, ainda mais com essa supersafra que se aproxima – disse Nei César Mânica, presidente da Expodireto-Cotrijal.
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Durante a cerimônia oficial de abertura da feira, segunda-feira, o governador José Ivo Sartori ressaltou a contribuição do agronegócio para a economia gaúcha. Os números revisados da safra de grãos serão conhecidos nesta terça-feira, em levantamento a ser divulgado pela Emater na Expodireto. A boa notícia deverá vir da soja, com chance de alcançar o volume histórico de 17 milhões de toneladas.
O otimismo com a safra cheia é constatado nos estandes de máquinas e equipamentos agrícolas. Negócios que normalmente ocorriam com mais intensidade no decorrer da semana já eram comemorados por expositores ontem. O produtor Henrique Roso, de Casca, no norte do Estado, não hesitou em fechar uma compra no primeiro dia da feira.
– Estamos precisando de um trator novo e surgiu uma boa oportunidade – conta Roso, 30 anos, que em 2016 não fez nenhum grande investimento na propriedade familiar voltada à produção de leite, milho e suínos.
Esse é o terceiro trator novo dos quatro irmãos da família Roso. O primeiro foi comprado em 2009, o segundo, em 2015, e o último, ontem – financiado por 10 anos pelo programa federal Mais Alimentos.
A expectativa do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers) é de que os negócios cresçam 15% em relação à feira de 2016, chegando a R$ 1,8 bilhão.
– As novas tecnologias têm sido determinantes para as colheitas recordes. E como o produtor colocou o pé no freio por um período, acreditamos que agora ele voltará a comprar – diz o presidente da entidade, Claudio Bier.
A disponibilidade de crédito, com juro mais atrativo, também deve favorecer os negócios. A euforia é contida apenas pela queda do dólar e consequente recuo da cotação da soja no mercado internacional. Até a próxima sexta-feira, mais de 250 mil pessoas deverão passar pela 18ª edição da Expodireto – na segunda-feira, foram 26 mil.