Embora a sugestão para flexibilizar o calendário de plantio do arroz já tenha sido feita na passagem da presidente Dilma Rousseff pelo Estado, a definição para encaminhar um pedido formal de ampliação da janela só deve ocorrer no final da próxima semana. É que os arrozeiros não querem queimar cartucho, fazendo uma solicitação antes do tempo, evitando assim uma negativa, como ocorreu no ano passado, quando pouco menos de 30% dos produtores acabaram ficando de fora do período ideal.
- Aproveitamos a oportunidade da vinda da presidente para avisá-la de que produtores do Rio Grande do Sul estão prestes a não cumprir o período. Aguardamos a virada do mês de novembro para definir. A luz amarela está acesa - explica Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz-RS).
O período previsto para plantio vai até 15 de novembro. Até a semana passada, levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontava que 26,48% da área total havia sido semeada. Desse percentual, 6% foi atingido pelas enchentes e cerca de 1% - que equivale a 1.365 hectares - terá de ser replantado. Entre as regiões mais atrasadas no plantio, estão, conforme o órgão, a Planície Costeira Externa e a Depressão Central, a mais afetada pelas enchentes.
Em tese, com tempo bom, é possível dar conta do cultivo dos outros mais de 70% de área em duas semanas, afirma Dornelles.
É preciso lembrar que, depois da chuva, a retomada do plantio não é imediata.
- Com precipitações acima de 70 milímetros, costuma demorar oito dias para o produtor poder entrar de novo na lavoura. Entre 30 e 40 milímetros, são até seis dias - explica o dirigente da Federarroz.
A má notícia é que as previsões indicam a possibilidade de precipitações nos próximos dias, com chance de chuva forte, acumulando entre 60 e 80 milímetros, na Fronteira Oeste, amanhã e sexta-feira, segundo a Climatempo.
Se o sinal avançar para o vermelho, o pedido para a prorrogação será inevitável. O objetivo é garantir proteção ao agricultor - fora do período oficial, ele fica sem o amparo do seguro rural, exposto às intempéries.
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