Alternativa ao combate de pragas que tiram o sono do produtor pelo potencial destrutivo, como a temida lagarta Helicoverpa armigera, as ferramentas de controle biológico têm potencial para avançar no país. Podem alcançar 15% do mercado brasileiro até 2020, segundo projeção do Ministério da Agricultura. Hoje, o uso de vírus, bactérias e parasitoides representa uma fatia pequena, entre 1% e 2% do mercado brasileiro, dominado por agroquimícos. Na Europa, representa de 14% a 16%. Nos Estados Unidos, 6%.
- É uma ferramenta que veio para ficar, serve para potencializar ou auxiliar no controle tradicional - avalia o doutor em agronomia Artur Junior, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Simbiose, um dos especialistas ouvidos no ciclo de palestras do agronegócio realizado por Zero Hora em Cruz Alta.
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A chegada da Helicoverpa armigera ao Brasil foi um dos fatores que estimularam a retomada do chamado controle biológico, prática comum na década de 1980. Uma desconhecida até então, a lagarta trouxe prejuízos bilionários às lavouras de milho, soja e algodão do país e levou à corrida por mecanismos capazes de detê-la. Outro fator que impulsionou a busca por alternativas foi a resistência desenvolvida, em alguns casos, a produtos químicos.
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No Estado, biofábrica para a produção de vespas que ajudam no combate às lagartas foi criada no ano passado pela Emater. Localizada em Montenegro, foi interditada pelo Ministério da Agricultura em maio deste ano. A Emater entrou com recurso para retomar a atividade. Aliás, o controle biológico não escapa da burocracia. O registro demora, em média, de cinco a seis anos - mesmo prazo dos agrotóxicos. Apesar de serem produtos diferentes, seguem a mesma legislação.
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