Tem causado apreensão a notícia de novas suspeitas de mormo - doença que atinge cavalos, mas pode ser transmitida ao homem - no Rio Grande do Sul. Somam-se a isso os cancelamentos de desfiles farroupilhas pelo Interior e o resultado é um temor de que a enfermidade possa vir a comprometer eventos importantes como a Expointer.
A suspeita de cinco novos casos que, em primeiro exame realizado deram positivo, em animais de Santo Antônio das Missões, na região das Missões, fez a preocupação crescer. Propriedades onde ficam os cavalos e as que tiveram algum vínculo estão, neste momento, interditadas. Mas é preciso um segundo teste, complementar, para saber se trata-se, de fato, do mormo, porque existe a possibilidade de um falso positivo.
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A Secretaria da Agricultura garante, no entanto, que não há razão para pânico entre os criadores. Até o momento, segundo Gustavo Diehl, responsável pelo programa de sanidade equina, apenas um caso foi confirmado, no município de Rolante. Houve 21 suspeitas. Dessas, sete deram resultado negativo, três ainda não tiveram as amostras enviadas e as demais - 11 - aguardam resultado de exame complementar, realizado no Lanagro de Recife (PE).
- Não é necessário impedir a realização de eventos. Até o momento, não chegamos a trabalhar com essa hipótese. Os animais estão sendo testados. O exame dá segurança - afirma Diehl.
O coordenador refere-se ao teste exigido para a emissão da guia de trânsito animal, documento necessário para a movimentação dos equinos, e determinado pelo Ministério da Agricultura quando há caso confirmado da doença.
Aliás, o que está fazendo muitos municípios desistirem dos desfiles farroupilhas são o custo e a logística para a realização do exame, já que não há laboratório credenciado no Estado.
Realidade que poderá mudar em breve. Nesta segunda-feira, técnicos do ministério desembarcaram em Porto Alegre para auditoria no laboratório da Hípica.
A Secretaria da Agricultura também enviou ofício à Brasília solicitando o credenciamento do Lanagro do RS, medida que facilitaria a vida dos produtores - e técnicos - gaúchos. E ajudaria a esclarecer suspeitas com maior rapidez.