Do Plano Safra que será anunciado nesta terça-feira pelo Ministério da Agricultura há duas certezas. Uma é a de que o volume ofertado para o crédito agrícola será maior do que o do ciclo passado - quando somou R$ 156,1 bilhões. A outra, de que o juro será superior ao atual.
Entre essas duas informações existe a especulação sobre os valores e as taxas. Uma fonte do ministério afirmou à colunista que o volume ficará entre 15% e 20% maior, o que elevaria o montante para faixa entre R$ 179,5 bilhões e R$ 187,3 bilhões.
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Sobre os juros, a informação é de que ficarão abaixo de 9%. Em declarações anteriores, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, já havia usado a expressão taxas praticamente neutras, indicando para um percentual sem subsídios.
Presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto aposta em um crescimento de, no mínimo 8%, na quantia do Plano Safra.
- Entendemos que um setor que está dando resposta não pode ser penalizado com cortes - completa.
Números do IBGE mostram que a agropecuária foi o único segmento a ter resultado positivo no primeiro trimestre do ano, quando cresceu 4,7% em relação aos últimos três meses de 2014.
Estimando em 9% a taxa dos financiamentos, Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS), entende que, na matemática do crédito, haverá uma restrição:
- Aumentou o custo de produção. Inclusive o do dinheiro do crédito.
E não é apenas o que está por vir que preocupa. Segundo Dornelles, produtores estão tendo dificuldades para acessar, neste momento, crédito nos bancos para o pré-custeio de arroz com o juro atual, de 6,5%. A linha tem como objetivo permitir que produtores antecipem a compra de insumos para a próxima safra de verão - o que permite uma melhor negociação de valores.