Em mais um desdobramento das investigações de fraudes no leite, a Polícia Federal (PF), respaldada pelo Ministério Público Federal (MPF), protagonizou a ação que resultou na prisão de um e no afastamento de outros quatro servidores federais. A suspeita apurada é a de que participariam de um esquema de cobrança de propina para fazer vistas grossas a problemas verificados no alimento.
O caso corre em segredo de Justiça e a PF optou por não divulgar nomes dos investigados e das empresas. Questionado sobre se esse formato não acaba colocando sob suspeita todos que atuam na região - funcionários do Ministério da Agricultura e indústrias -, o procurador da República Cláudio Terre do Amaral, explica:
- Essa medida visa preservar a coleta de provas. Enquanto não há prova contundente da participação das empresas, achamos temerário divulgar os nomes.
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A suspeita sobre o esquema foi levantada a partir das operações Leite Compen$ado. Alguns episódios, envolvendo duas empresas do Vale do Taquari, acabaram fazendo com que o Ministério Público Estadual (MPE) desconfiasse da possibilidade de estar ocorrendo vazamento de informações.
- A gente chegava lá e parecia que estavam nos esperando - afirma o promotor Mauro Rockenbach.
Alertada, a PF foi acionada porque as denúncias envolviam servidores federais. Sobre a ampla divulgação em ações envolvendo o leite tanto Rockenbach quanto Amaral afirmam que há necessidade de se fazer o alerta do problema à população.
- É que são coisas graves, não tem como não divulgar para a comunidade - pontua o procurador.
Além disso, a divulgação da informação mostra o que está sendo feito e encoraja novas denúncias, na avaliação de ambos.
- Já foram presas mais de 40 pessoas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Teve gente condenada, e os caras não param - observa Rockebach.