Histórias de precocidade unem os vencedores do Bocal de Ouro. Na disputa do último fim de semana, em Esteio, a vitória sorriu para o macho que era aposta dos donos antes mesmo de nascer e para a égua de um criatório novato no circuito do cavalo crioulo que imaginava ter de esperar mais alguns anos para colher resultados.
Com o primeiro lugar na classificatória, considerada a principal do Freio de Ouro, Emblema Bertolini, da Fazenda Bertolini, de Minas do Leão, e Festejo 1061 Maufer, da Cabanha Maufer, de Cruzeiro do Sul, entram na lista dos favoritos da maior competição da raça, que terá a finalíssima no primeiro fim de semana da Expointer.
Proprietário da Maufer, Fernando Weiand lembra que o cavalo vencedor do bocal tem apenas quatro anos e meio, enquanto a cabanha costuma lançar os seus animais nas avaliações e provas do Freio com pelo menos cinco anos. A destreza que Festejo mostrou desde a doma levou o criatório a avaliar que o cavalo estava maduro o suficiente para se sair bem ante os jurados. Mas a crença no potencial era bem anterior.
- Ele foi comprado no ventre da mãe. Pela genética, já imaginávamos que ele teria alta funcionalidade alta. O pai dele foi finalista do Freio, com funcionalidade acima da média, e a mãe é a principal matriz da cabanha Capanegra, de Bagé - conta Weiand.
Com a maior pontuação entre todos os concorrentes do Bocal, incluindo machos e fêmeas, Emblema Bertolini também demonstrou qualidades precoces que fizeram os donos apostar no potencial da égua quando ainda era uma potrinha e pela docilidade demonstrada na doma. E o seu desempenho acabou levando a cabanha, com apenas oito anos de existência, a uma conquista também antes do tempo previsto.
- Claro que tínhamos o objetivo de ganhar, mas aconteceu antes do que a gente imaginava. Achávamos que iria demorar entre 10 e 12 anos para aparecer - conta o gerente da Fazenda Bertolini, Vinícius Oliveira, lembrando que o criatório participa há apenas três anos do circuito.
Enquanto os selecionadores de Minas do Leão comemoram o primeiro resultado expressivo, a Maufer engordou ainda mais o cartel. Foi o terceiro Bocal de Ouro do criatório, também bicampeão do Freio, além de outros seis troféus de prata e bronze nas duas competições.
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