Maior produtor nacional de soja, Mato Grosso reforçou a condição de emergência fitossanitária causada pela lagarta Helicoverpa armigera. O Estado do Centro-Oeste já tinha esse status, mas nova portaria publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União delimita as áreas atingidas pela praga.
A condição permite que seja colocado em prática um plano específico de combate, que inclui a liberação temporária da importação do benzoato de emamectina. Aliás, as regras para a aquisição também foram alteradas. Para trazer o produto de fora será necessário registro ou autorização expedidos pelo Ministério da Agricultura.
O curioso é que apesar de seis Estados (MT, MS, MG, PI, GO e BA) estarem com emergência fitossanitária decretada, ainda não há nenhum registro no Ministério da Agricultura de importação do benzoato. Nas projeções recentes feitas para a colheita, também não aparecem ainda eventuais prejuízos causados pela praga à produtividade. Pelo contrário, as estimativas de diferentes entidades e consultorias vêm sendo revisadas para cima.
Aqui no Rio Grande do Sul, os principais antídotos seguem sendo a cautela e o monitoramento das lavouras. Chefe do serviço de sanidade vegetal da superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, Jairo Carbonari explica que novos produtos com ação sobre a lagarta foram liberados para uso, a grande maioria para a cultura de soja. Entre biológicos, fisiológicos e químicos, agora são 43 itens autorizados - quando foram confirmados os primeiros casos, eram 16.
- Tudo indica que a situação permanecerá assim, sem maiores surtos populacionais - completa Carbonari, ressaltando que o comportamento da Helicoverpa armigera no Estado, até o momento, tem se mostrado diferente das demais regiões do país.
A grande prova de fogo deve ser a entrada das lavouras gaúchas no período reprodutivo, quando se inicia a formação da vagem da soja. Alvo em potencial para as comilonas lagartas.