No período em que as aves ganham lugar de destaque à mesa, nas festas de final de ano, a notícia da redução no volume de produção não é nada boa. Uma oferta mais enxuta costuma trazer como efeito a alta no preço ao consumidor.
De acordo com o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, há empresas que falam em reduzir até 10% a produção. A justificativa vem da alta nos custos de produção. Apesar da supersafra de soja, os estoques do farelo seguem apertados no mercado interno, pressionando os gastos. A variação cambial também tem sido desfavorável:
- Prejudica a estabilidade das negociações e é acentuada pela perda de competitividade do setor.
Grandes produtores mundiais também tendem a ter redução de volume em 2013. A China deve fechar com produção 4% menor e os Estados Unidos, com queda 2%, mesmo percentual que tende a ser verificado no Brasil, conforme Turra.
As condições, porém, não devem repetir o cenário de 2012, quando a quebra na safra de milho e soja impôs uma grave crise ao setor, com dificuldade de abastecimento dos ingredientes usados na ração, e altas significativas no custo de produção, que fizeram o produto subir até 25%.
Dessa vez, a tendência de aumento é menor. Entre 5% e 10% no país, podendo chegar a 15% no Rio Grande do Sul. É que o Estado não é autossuficiente na produção de milho e precisa trazer entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas de outros Estados, tendo custo com transporte.
- Já se pagou mais pelo frete do que pelo produto - afirma José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Nos últimos seis meses, os gastos na produção subiram até 15% no mercado gaúcho. Indicadores divulgados nesta semana pela Embrapa Suínos e Aves confirmam a elevação dos custos no mês de setembro.