Uma região de alta pressão favorece a formação da terceira onda de calor do ano no Brasil. Desta vez, o fenômeno deverá afetar, principalmente, o oeste do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e do Mato Grosso do Sul. Municípios de outras regiões gaúchas, porém, também poderão registrar temperatura mais alta que o normal entre os dias 11 e 15 de março.
Um sistema de alta pressão deve se formar nos níveis médios da atmosfera, entre o Paraguai e a Argentina, favorecendo a manutenção do ar quente e dificultando a formação de nuvens de chuva nos próximos dias. Com isso, a tendência é que uma nova onda de calor afete o Brasil. Isso significa que algumas cidades devem registrar temperatura 5°C acima da média na próxima semana.
— A onda de calor vai afetar as regiões da Fronteira Oeste, das Missões, Noroeste e parte do Norte. Para o restante do Rio Grande do Sul, a temperatura deverá variar entre 3°C e 5°C acima da média, mas sem caracterizar onda de calor. Será uma sequência de dias quentes que podem gerar incômodo — pontua Guilherme Alves Borges, meteorologista da Climatempo.
Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, a média de temperatura do mês de março, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de 29.2°C. Isso significa que, a partir de segunda-feira (11), o município pode registrar temperatura próxima dos 35°C. Em São Luiz Gonzaga, nas Missões, e Passo Fundo, na Região Norte, as médias climatológicas do mês já são altas: 30.5°C e 27.1°C, respectivamente. A tendência é que semana que vem seja de dias ainda mais quentes.
Nas outras regiões, como a Serra, os Vales, a Campanha, a Metropolitana, Centro e Sul, a temperatura ficará mais alta que o normal, mas não tanto. Em Porto Alegre, por exemplo, a média de março, segundo o Inmet, é 29.2°C. Portanto, os termômetros podem registrar valores próximos dos 33°C.
— Pode ocorrer uma nova atualização, daqui uns dias, e a área em rosa pode ficar maior — projeta o meteorologista.
A última onda de calor que atingiu o Rio Grande do Sul aconteceu perto do Carnaval e teve um padrão parecido com o previsto para o fenômeno de março: começou atingindo algumas regiões e, ao longo dos dias, aumentou a abrangência.
Ainda, no último mês, uma outra onda de calor afetou parte do sudeste brasileiro. Com a nova previsão, totalizam-se três fenômenos desse tipo somente neste ano. Para Alves, muito provavelmente será o último episódio de calor intenso do verão, mas outras ondas podem acontecer durante o outono, inverno e primavera.
— Estamos vendo que episódios de temperatura potencializada podem ocorrer normalmente ao longo do ano. Em 2023, as ondas de calor começaram já em agosto. É difícil de dizer que isso é comum, mas é o novo normal que estamos vivendo — afirma.
*Produção: Yasmim Girardi