O Ministério Público do Rio Grande do Sul divulgou, nesta quarta-feira (6), os dados da Operação Mata Atlântica em Pé 2023, que mapeou o desmatamento nos 17 Estados brasileiros que abrigam o bioma. No RS, o desmatamento apontado pela pesquisa deste ano foi de 749,90 hectares, enquanto em 2022 foram 2.175,70 hectares foram desflorestados.
De acordo com o levantamento, foram 1.610,35 hectares fiscalizados entre novembro e dezembro, o que corresponde a mais de 40 municípios contemplados. Segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP), que contribuiu com o estudo, as regiões que mais preocupam estão entre a Serra e o Planalto, onde há maior expansão de áreas agrícolas. O prejuízo estimado pelo órgão é de R$ 29.032.913,77.
Em contrapartida, as multas aplicadas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Fundação Estadual de proteção Ambiental (Fepam) e Ibama em 2023 somaram R$ 12.163.948,39. Os dados serão consolidados até o final de fevereiro de 2024.
— É importante ressaltar que esse valor estimado do prejuízo não corresponde somente ao preço da madeira cortada e comercializada, por exemplo. A quantia contempla todos danos causados ao ecossistema que podem, inclusive, impactar os municípios — explica a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente do MPRS, Ana Maria Marchesan.
A coordenadora ainda salientou que a chuva que atingiu o Estado está entre os prováveis motivos para essa redução no desmatamento da Mata Atlântica.
— Se a mata ciliar próximo do Vale do Taquari tivesse sido ainda mais desmatada, a devastação causada pelas enchentes teria sido muito maior — complementa Ana Maria.