Um vídeo da chimpanzé Vanilla, que vive no santuário Save The Chimps, na cidade de Fort Piece, nos Estados Unidos, publicado em 15 de junho, está fazendo sucesso nas redes sociais. Nas imagens, o mamífero, que ficou 28 anos confinado em espaços fechados, esboça uma reação de surpresa ao avistar o céu. Ela e Shake, um macho da mesma espécie, foram totalmente integrados a um grande grupo familiar de chimpanzés e soltos em sua ilha natal.
No vídeo também é possível ver que inicialmente Vanilla fica com receio de andar livremente pelo local, mas é incentivada com um abraço de Dwight, que funciona como um macho alfa.
A equipe que cuida de Vanilla e dos outros 225 chimpanzés foi a responsável por gravar o vídeo e publicá-lo no site oficial do santuário e nas redes sociais.
— Ficamos todos muito felizes porque ela era tímida quando chegou. Então, foi uma grande evolução — contou Dan Mathews, diretor de eventos e projetos especiais do Save The Chimps.
Vanilla ingressou no santuário em julho do ano passado. Durante esse período, ela ficou dois meses em quarentena ao ar livre e depois passou os outros meses fazendo apresentações limitadas a chimpanzés para que a equipe pudesse descobrir qual das 12 ilhas de chimpanzé era a mais adequada para ela.
Devido à fama conquistada pela chimpanzé, a instituição dedicou uma página em seu site oficial com uma pequena biografia sobre ela e com um link para ajudar na arrecadação de doações.
— As doação vão para comida, alimentar 226 chimpanzés duas vezes ao dia é caro, além de atendimento veterinário personalizado, manutenção das 12 ilhas de chimpanzés e programas de enriquecimento social — esclareceu Mathews.
Mais de duas décadas isolada
Vanilla passou seus dois primeiros anos de vida em um laboratório experimental em Nova York. No local, ela e outros animais da mesma espécie eram mantidos presos em uma jaula suspensa. Em 1995, os chimpanzés foram resgatados e ela foi encaminhada para o santuário Wildlife WayStation, na Califórnia, nos Estados Unidos. Lá, ela ficava dentro de um espaço coberto.
Como o Wildlife WayStation não era um santuário credenciado e devido a incêndios florestais na região, ele acabou falindo no ano passado. Com isso, Vanilla e outros seis chimpanzés precisaram de um novo lar. Todos foram levados para o santuário de Save The Chimps, onde permanecem até hoje.
— Todos os sete estão bem. Eles foram integrados em comunidade de chimpanzés maiores. Isso nos deixa orgulhosos e felizes — afirmou o diretor de eventos e projetos especiais do Save The Chimps.
O santuário Save The Chimps
O Save The Chimps foi fundado em 1997 pela PhD Carole Noon, para abrigar chimpanzés vítimas de pesquisas e experimentos. Carole foi um dos destaques na luta contra o tratamento e condições que esses animais eram submetidos nos laboratórios.
Três meses após a chegada dos primeiros mamíferos, a Fundação Coulston — um laboratório de pesquisa biomédica com sede no Novo México que teve vários violações da lei de bem-estar animal — entrou em falência e se ofereceu para vender suas terras e edifícios de laboratório e doar 266 chimpanzés que mantinham em cativeiro. Assim, a Save The Chimps ampliou seu espaço e abrigou os animais, se tornando o maior santuário de chimpanzés com financiamento privado dos Estados Unidos. Desde a sua fundação, a instituição já abrigou 330 chimpanzés.
Produção: Filipe Pimentel