Mais uma das 18 girafas importadas da África do Sul pelo BioParque do Rio morreu na manhã deste sábado (8). Esta já é a quarta morte registrada desde 2021, quando o grupo de animais veio para o Brasil sob os cuidados da empresa.
Durante os exames de rotina, seis girafas do plantel foram identificadas com o parasita Haemoncus sp., que é transmitido pela ingestão do pasto infectado pela larva e ataca o sistema gastrointestinal dos animais. Segundo o BioParque, cinco girafas responderam bem ao tratamento, mas uma delas apresentou resistência aos remédios.
"Durante a última semana a equipe técnica iniciou outros protocolos de tratamentos. No entanto, infelizmente, houve uma deterioração súbita do estado clínico do animal ao longo desta madrugada, levando-o a óbito", afirmou a empresa, em comunicado nas redes sociais.
Em nota, o BioParque também disse que pretende fazer uma necropsia da girafa morta para confirmar a causa da morte. A Polícia Federal se deslocou neste sábado (8) para o local para periciar o animal que morreu.
Veja o comunicado na íntegra:
Denúncias
Em março deste ano, o Ministério Público Federal denunciou um gerente técnico, um diretor de operações do BioParque e outras duas pessoas por crimes ligados à importação ilegal das 18 girafas vindas da África do Sul. Cinco desses animais chegaram a fugir enquanto aguardavam, no Resort Portobello, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, transferência para o BioParque. Logo após a recaptura, três morreram.
As acusações feitas pelo MPF envolvem maus-tratos contra as girafas; adquirir, manter em depósito e utilizar em atividade comercial animais de procedência estrangeira, importados de forma irregular, com uso de documentos falsos; e dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público, uma vez que a morte das outras três girafas foi comunicada mais de 50 dias após os óbitos.
Um laudo emitido pelo próprio BioParque apontou que as três girafas teriam morrido por causa de uma doença muscular. O MPF argumenta que a doença decorreu de intenso sofrimento e extremo estresse.