Uma corrida contra o tempo se inicia nesta terça-feira (4). Uma equipe de pesquisadores vai começar a perfurar o gelo que cobre o arquipélago norueguês de Svalbard para salvar séculos de dados climáticos e ambientais antes que sejam eliminados pelo aquecimento global.
Em um comunicado, a fundação Ice Memory, responsável pelo projeto, destacou a importância do trabalho, já que as geleiras em altas latitudes, como as do Ártico, começaram a derreter em grande velocidade.
Oito cientistas da França, Itália e Noruega, juntamente com um especialista em perfuração e um guia de montanha, estão encarregados de extrair duas amostras cilíndricas de um comprimento total de 125 metros, em cortes de um metro.
Uma amostra será analisada imediatamente e a outra será armazenada na Antártica para futuras gerações. Os especialistas em glaciologia lembram como sua matéria-prima está desaparecendo para sempre da superfície do planeta e por isso a necessidade de preservação de um pouco desse material.
A equipe montou seu acampamento a 1.100 metros de altitude, na região de Holtedahlfonna, repleta de rachaduras perigosas, com temperaturas entre -25°C e -5°C. Ao longo de 20 dias, o grupo vai ser responsável por extrair os cilindros, que têm 10 centímetros de diâmetro. As amostras de gelo abrigarão a memória climática dos últimos 300 anos, principalmente em suas minúsculas bolhas de ar presas no gelo.