Dias abrasadores estão previstos para o verão, que começa em 21 de dezembro (às 18h48min) e se estende até o dia 20 de março de 2023 (às 18h25min). A previsão é da Climatempo. A boa notícia - para quem pode desfrutar dela - é que a região menos afetada pelo aquecimento será o Litoral, que é para onde grande parte da população gaúcha se desloca nessa época.
A meteorologista Fabiene Casamento, da Climatempo, diz que o Rio Grande do Sul terá média de até 2°C acima da de outros anos. Efeito do La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico, que se reflete em seca no interior da América do Sul).
- No Litoral Norte a média será de 30°C, quando em outros anos ficava de 27°C a 29°C. Já no Litoral Sul será de 32°C, contra 29°C a 31°C em outras temporadas. A região próxima ao mar será a que menos sofrerá com o calor, pela grande circulação e influência dos ventos. Já no oeste gaúcho, por exemplo, a média será de 31°C a 35°C - estima Fabiene.
Com relação a precipitações, elas serão pouco frequentes em território gaúcho, outra consequência do La Niña. Conforme atualização feita esta semana pela Universidade de Columbia (EUA), este fenômeno climático persistirá durante os meses de verão na América do Sul. A partir de março, o Pacífico deve entrar em neutralidade climática, mas ainda com viés frio. Ou seja, as chuvas vão seguir irregulares e um pouco abaixo da média no Rio Grande do Sul, enquanto que na metade norte do país os volumes devem superar a média dos próximos meses.
No Rio Grande do Sul as chuvas serão pouco volumosas na segunda metade de dezembro, talvez com chuvarada no final do ano.
Já janeiro terá grande diferença entre as regiões. No Litoral Sul, a chuva será escassa, acontecendo apenas na semana de 22 a 28 (conforme modelos analisados pela meteorologista Fabiene), com média de 90 mm (contra até 140 mm usuais). No Litoral Norte, o oposto: deve chover até 160 mm, quando o usual é de 100 mm a 140 mm. Será uma exceção no Estado, já que a previsão para as outras regiões é de menos chuva.
Fevereiro terá menos chuvas em todas as regiões. No Litoral Norte, deve ficar em 130 mm, quando a média seria de 140 a 180 mm. No Litoral Sul, quase estiagem: deve chover 40 mm, sendo que a média costumeira é de até 140 mm, ressalta Fabiene.
Preocupação com a estiagem
A estiagem, aliás, é a grande preocupação em outras partes do Rio Grande do Sul. Sobretudo para agricultores e pecuaristas, pelo impacto que poderá causar para as safras de soja, milho, algodão e café. O que está em jogo é o potencial produtivo das lavouras e o rendimento final. A redução das chuvas influencia na diminuição da umidade do solo e no aumento do estresse das plantas. Alguns municípios apresentaram ausência de chuvas em mais de 10 dias.
De acordo com o meteorologista Vinicius Lucyrio, o La Niña deve durar pelo menos até fevereiro de 2023. Em março, o sinal já deve ser de neutralidade.
- É muito alta a chance de entrarmos no outono já com neutralidade. Ainda teremos efeitos do La Niña na primeira metade do verão no Sul e um pouco no Sudeste, mas não vamos sentir tanto ao longo de fevereiro - prevê Lucyrio.
O meteorologista acrescenta que podemos observar irregularidade das chuvas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, enquanto o extremo norte do Brasil continuará úmido.