Duas corujas-jacurutu que foram vítimas de maus-tratos e não conseguem voar receberam um recinto adaptado as suas necessidades especiais no Gramadozoo, na serra gaúcha. Os animais chegaram ao zoológico de Gramado em setembro e outubro de 2019, passaram por tratamento veterinário e, apesar de terem recuperado as condições de saúde, ficaram com algumas sequelas.
A bióloga Tatiane Nunes, responsável técnica do parque, explica que as aves não conseguem mais viver livremente, pois uma delas teve a asa amputada e a outra tem uma lesão irreversível, o que as impede de voar.
— Infelizmente, foram vítimas da ação humana. Acreditamos que uma foi atropelada e a outra levou um tiro. Mesmo a que tem as duas asas não consegue alçar grandes voos pela gravidade da lesão — afirma.
Também conhecida por coruja-orelhuda, a espécie é a maior do Brasil e uma das maiores das Américas. No novo ambiente do zoológico, as aves contam com espaço coberto, área para banho de sol, lago, poleiros e um amplo local onde podem fazer exercícios.
— Mesmo a coruja que não tem a asa precisa praticar exercícios para não atrofiar o outro membro — esclarece Tatiane.
O Gramadozoo está monitorando o comportamento das corujas, a fim de realizar possíveis adequações que contribuam para o seu bem-estar. O parque também conta com um programa de falcoaria, mas as atividades com as aves de rapina estão temporariamente suspensas devido à pandemia de coronavírus.
Segundo Tatiane, os animais foram colocados no recinto para que os visitantes possam conhecer e aprender sobre a espécie. Ela ressalta que as corujas têm uma grande importância para o meio ambiente por serem controladoras das populações de ratos, anfíbios, morcegos, répteis e insetos, dos quais se alimentam.
Seguindo as orientações de distanciamento do governo do Estado, o zoológico está aberto ao público em horários reduzidos: de quarta-feira a domingo, das 10h às 16h.