Após a Índia impor isolamento social para sua população a fim de conter o avanço do coronavírus, o nível de poluição caiu tanto que é possível ver o Himalaia a partir de cidades do norte indiano. De acordo com relatos de moradores, a vista não era possível há algumas décadas.
No dia 23 de março, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, decretou o maior confinamento da história, ordenando que todos os 1,3 bilhão de habitantes do país ficassem em casa pelas próximas três semanas. Diferente do que ocorreu em outros países, Modi indicou que não haverá nenhum tipo de exceção — para profissionais de saúde ou para quem precisa comprar comida, por exemplo.
Everest fechado
No último dia 13, o Nepal suspendeu as permissões para escalar o Everest devido à pandemia da covid-19, fechando o acesso ao "topo do mundo" a poucas semanas do início da alta temporada. A medida representa um duro golpe para a economia do Nepal, onde o turismo de escalada é uma fonte crucial de divisas.
A maior montanha do planeta, com 8.848 metros, é acessível pela China por seu flanco norte e pelo Nepal a partir do sul.
A escalada do Everest ocorre em abril e maio porque as condições meteorológicas são consideradas menos extremas. No ano passado, a alta temporada registrou um número recorde de escaladas: 885 pessoas, 644 a partir do Nepal e 241 a partir da China.
Redução da poluição
Diversos países que adotaram a quarentena registraram queda da poluição. Este é o caso da China, por exemplo, onde satélites de monitoramento da Nasa e da agência especial europeia (ESA) mostraram edução significativa na quantidade de dióxido de nitrogênio (NO2), um gás emitido por veículos motorizados, termelétricas e indústrias e que pode agravar quadros respiratórios e aumenta o risco de morte em crianças.
Imagens da Nasa também indicaram a mudança positiva no Brasil, especialmente perceptível nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, principalmente nas capitais e regiões metropolitanas.
Em São Paulo, a quarentena estabelecida em todo o Estado por conta da pandemia provocou a diminuição das atividades econômica e, consequentemente, a circulação de veículos, reduzindo as emissões de substâncias poluentes na atmosfera.
Desde o dia 20 de março, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) passou a registrar, em suas estações de monitoramento da região, uma melhora na qualidade do ar considerada boa para os poluentes primários, que são emitidos diretamente pelas fontes poluidoras.