Debaixo do sol escaldante desta quinta-feira (26), a gauchada percorreu centros de compras atrás de soluções para tornar o calorão suportável. Mais do que qualidade, a busca era por bom preço de ares-condicionados e ventiladores, mesmo que isso exigisse peregrinar de loja em loja com uma temperatura beirando os 40°C em Porto Alegre. Em cinco minutos, quatro clientes entraram em um dos estabelecimentos localizados na Avenida da Azenha apenas para dar aquela habitual olhadinha. Um deles se chama Álvaro Gaspary, 57 anos.
— Estragou o ventilador que tenho em casa, então me obriguei a vir atrás de outro. Não dá para ficar sem — pontuou, entre uma e outra pesquisa de preço.
Diferentemente do veterinário, José Motta já tinha se decidido e até efetivado a compra. Às 10h, caminhava pela Rua Otávio Rocha, no centro histórico da Capital, com um ventilador em cada mão. Até então, ele e a filha dividiam um "caindo aos pedaços" durante o dia, como qualificou o equipamento. À noite, porém, o auxiliar de limpeza monopolizava o uso:
— Na última noite eu disse para ela: "Te acalma que eu vou comprar dois para nós e um vai ficar no teu quarto" — comentou, satisfeito pela promessa cumprida.
As vendas em Porto Alegre, tanto de ares-condicionados como de ventiladores, aumentaram em 15% em dezembro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, conforme o presidente do Sindilojas da Capital, Paulo Kruse. Ao festejar o momento, disse que o comércio se preparou para a demanda.
— É sempre assim. Quando a temperatura fica abaixo dos 10°C, começa a procura por aquecedores. Quando esquenta acima dos 30°C, a busca é por ar-condicionado e ventilador. O que regula não é a época do ano, mas a temperatura — explicou.
Na loja gerenciada por Auber Cardoso, na Avenida da Azenha, estão saindo de 20 a 25 ventiladores por dia. O também gerente de loja de eletrodomésticos Marcos Mendelski observa que a proporção de venda é de 10 ventiladores para cada ar-condicionado em seu estabelecimento. A explicação estaria, na sua percepção, na diferença de custo. A facilidade de instalação também é levada em conta quando o calor aperta e o alívio imediato é tudo o que se quer. Kruse comenta que há deficit de instaladores do aparelho, por conta das vendas em alta:
— As pessoas que compram ar nesta época querem a instalação para ontem — destaca.