O desmatamento no cerrado brasileiro entre agosto de 2018 e julho de 2019 teve uma leve queda, mas continua elevado. Os 6.483 km² devastados, com crescimento de 15% de desmate em Unidades de Conservação (UCs), representam mais de quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O valor não é muito distante da devastação vista nos últimos anos na Amazônia, mas o cerrado tem cerca de metade do tamanho do bioma amazônico.
Os dados do Prodes Cerrado, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta segunda-feira (16), foram pouco inferiores aos 6.657 km² do período anterior e mantêm o patamar observado nos últimos anos.
Já o desmatamento em UCs vem crescendo desde 2017. Desse ano para cá houve um aumento de 43% no desmatamento, que passou de 362 km² para 517 km². O bioma, segundo maior da América do Sul — só a Amazônia é maior —, tem somente 3,1% de sua área destinada a UCs de proteção integral.
Tocantins, Maranhão e Mato Grosso continuam a ser estados que mais desmatam o bioma.
Segundo a ONG WWF-Brasil, mais da metade do bioma já foi convertido para ambiente urbano ou para atividades agropecuárias. Com o ritmo de destruição dos últimos anos, o cerrado vai em direção a uma "extinção em massa sem precedentes", diz a ONG.
O Inpe registra desmatamentos maiores do que um hectare no cerrado.