O Brasil foi um dos países que receberam o prêmio irônico Fóssil do Dia durante a COP25, a cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (3), em Madri. Concedida pela Climate Action Network International (CAN), a distinção não oficial foi dedicada ao país "por culpar a sociedade civil pelos incêndios na Amazônia".
O Japão também foi "premiado" na ocasião pelo "vício e expansão continuados" do uso de carvão, e o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, por "curtir um jogo de críquete enquanto incêndios devastam a Austrália, negando relação com a mudança climática".
Não é a primeira vez que o Brasil ganha o Fóssil do Dia. Em dezembro de 2018, Jair Bolsonaro, então presidente eleito, foi lembrado por ter se recusado a sediar no país a reunião sobre o clima, e Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, por menosprezar estudos que comprovam o aquecimento global. Antes, em 2017, durante o governo de Michel Temer, o Brasil ganhou a distinção devido a uma medida provisória que propôs reduzir impostos da exploração e da produção de petróleo e gás.
A COP25 começou na segunda-feira (2), com o desafio de intensificar ações de combate ao aquecimento global, e ocorre até o dia 13 de dezembro. Participam do evento em Madri, na Espanha, representantes de quase 200 países, em um total de cerca de 30 mil pessoas.