As emissões de gases de efeito estufa tiveram queda de 3,1% no Rio Grande do Sul em 2018, em comparação com 2017. No total, foram emitidos 3 milhões de toneladas de carbono equivalente (CO2e, unidade que agrupa e soma todos os gases que podem provocar a intensificação do aquecimento global) a menos do que no ano anterior, passando de 95,6 para 92,6 milhões de toneladas.
A redução é superior à registrada em nível nacional — o Brasil, no mesmo período, apresentou um volume de emissões estável, com leve aumento, de 0,3%, em relação a 2017. O Estado é o sexto com mais emissão de gases de efeito estufa no país. A poluição está em queda no Rio Grande do Sul desde 2012, quando atingiu um pico de 153,9 milhões de toneladas de CO2e.
Os dados fazem parte do sétimo relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), projeto do Observatório do Clima. O estudo foi divulgado na manhã desta terça-feira (5), em São Paulo.
Mais da metade (52,9%) dos gases de efeito estufa emitidos no Estado em 2018 vem da agropecuária. O percentual é o dobro dos 25% registrados em nível nacional. No Rio Grande do Sul, a fermentação entérica do gado (processo digestivo decorrente da ruminação) é responsável por 46,2% da poluição existente nesta categoria, seguida pela dos solos agrícolas (28,1%), do cultivo de arroz (20,8%) e do manejo de dejetos animais (4,9%). A emissão ligada à agropecuária caiu 5% em relação a 2017.
A segunda maior fonte de poluentes é a área energética (23,4%), encabeçada pelo setor de transportes (fumaça de carros, caminhões etc.),que emite 65,3% dos gases, seguida pela geração de eletricidade (13,1%) e pela energia gasta pelo segmento industrial (8%). A poluição causada pela área energética diminuiu 2,9% de 2017 para 2018.
A terceira principal poluente é a mudança de uso da terra e de florestas (18%), causada pelo desmatamento. Esta categoria registrou leve aumento de emissão, de 1,2%, em comparação com 2017. O percentual de participação da poluição gerada pelo desmatamento no Estado segue muito inferior ao registrado em nível nacional, onde a mudança de uso da terra e de florestas é responsável por 44% das emissões totais e aumento 3,6% no ano passado.
Rio Grande do Sul e Brasil registraram o mesmo percentual de participação dos resíduos na emissão de gases de efeito estufa — 5%. No Estado, 64% da poluição nesta categoria se deveram ao tratamento de efluentes líquidos e 36% foram provenientes de resíduos sólidos. Houve aumento de 2,1% neste tipo de poluente em 2018.
Os processos industriais são a categoria menos significativa em termos de emissão de gases no ar gaúcho — representam 0,5% da poluição identificada no ano passado pelo relatório, toda oriunda de produtos minerais. Ainda assim, foi o setor com maior redução de poluição, de 5,8%.
Confira abaixo a participação das fontes poluidoras em cada categoria de emissão de gases: