Neste sábado (2), a empresa Delta Tankers Ltd, gestora do navio petroleiro grego Bouboulina — apontado pelas autoridades brasileiras como o principal suspeito pelo vazamento de óleo no litoral do Nordeste do país — negou envolvimento no caso.
Em comunicado, a empresa informou que o navio, que fazia o trajeto da Venezuela à Malásia, "chegou a seu destino sem problemas e descarregou toda a carga sem perdas". A instituição afirma, ainda, que "não há evidências de que o navio parou, realizou qualquer tipo de operação STS (de navio para navio), sofreu algum vazamento, ou desviou-se de sua rota, em seu caminho da Venezuela para Melaka, na Malásia".
A companhia de navegação, com sede em Atenas, disse ter realizado "uma investigação completa" do material das câmeras e sensores que todos os seus navios carregam, como parte da "política de segurança e respeito ao meio ambiente" da empresa. Conforme a Delta Tankers, o Bouboulina saiu da Venezuela em 19 de julho e "foi diretamente, sem parar em nenhum outro lugar, para Melaka, na Malásia, onde descarregou sua carga total sem perdas".
Mais cedo neste sábado, autoridades gregas afirmaram que, no total, cinco navios — incluindo um grego — eram suspeitos da mancha de óleo, que polui mais de 2 mil quilômetros de litoral no Nordeste do Brasil.
— Investigações realizadas no Brasil mostraram que cinco navios de diferentes países são suspeitos, incluindo um grego — disse à AFP um chefe da assessoria de imprensa da polícia portuária grega, subordinada ao Ministério da Marinha Mercante.
A fonte, que solicitou anonimato, não divulgou os nomes dos navios ou a quais empresas pertencem. Apenas enfatizou que "as autoridades gregas realizarão verificações escrupulosas se esses navios atracarem em um porto do país", sem fornecer mais informações sobre o assunto.
Na sexta-feira (1º), autoridades brasileiras anunciaram que o Bouboulina, um navio-tanque de bandeira grega, era o principal suspeito das manchas de óleo. A primeira mancha foi identificada em 29 de julho, a cerca de 700 quilômetros do litoral da Paraíba, enquanto os primeiros rastros de petróleo chegaram em terra no dia 30 de agosto. Desde então, sua origem é um mistério.
O Ministério da Defesa, a Marinha do Brasil e a Polícia Federal anunciaram na sexta-feira (1º), em declaração conjunta, que, graças a dados de satélite, identificaram o navio de bandeira grega que estava transportando petróleo bruto de um terminal de petróleo na Venezuela e se dirigia para a África do Sul.
As autoridades brasileiras ainda tentam determinar se o derramamento foi "acidental ou intencional" e pediram "a cooperação internacional através da Interpol", segundo a Polícia Federal.
O site G1 acompanhou a jornada do navio grego "Bouboulina", atualmente na África do Sul: depois de permanecer nos Estados Unidos por quatro dias, devido a problemas técnicos, ele reabasteceu na Venezuela, antes de continuar para a Malásia e, depois, para a África do Sul. Por seu lado, a polícia portuária grega indicou que os cinco navios suspeitos "deixaram o Brasil", mas não especificaram seu destino.