Com palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, manifestantes protestaram neste domingo (25) contra as queimadas na Amazônia na zona sul do Rio de Janeiro. O protesto contou com a presença de artistas e políticos fluminenses.
— Estamos defendendo a causa do meio ambiente contra as decisões e as coisas que são ditas pelo governo incumbente hoje — disse o cantor e compositor Caetano Veloso, lembrando que o caso ganhou repercussão internacional essa semana. — É importante para que os dirigentes tomem consciência — complementou.
O movimento foi organizado pela instituição 342 Amazônia, que tem entre seus organizadores a esposa de Caetano, Paula Lavigne. Além de Caetano, estavam no protesto atores como Patrícia Pillar, Nanda Costa, Maria Padilha, Maitê Proença, Luísa Arraes, Alinne Moraes, Sonia Braga, Mateus Solano e Caio Blat, entre outros.
— É (uma pauta) urgente. Toda ação é positiva e necessária — afirmou o rapper Criolo.
O protesto durou mais de três horas, percorrendo as praias de Ipanema e do Leblon, que é um dos bairros com mais apoiadores de Bolsonaro no Rio. Entretanto, não houve incidentes.
Entre os políticos, estiveram presentes os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT-RJ), além dos ex-deputados Chico Alencar e Carlos Minc.
— O governo Bolsonaro tem uma visão atrasada sobre o papel do meio ambiente em relação ao desenvolvimento econômico. Para ele, se tem meio ambiente não tem desenvolvimento — disse o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ). Ele disse ter proposto ao presidente da Câmara dos Deputados a implantação de uma comissão geral — espécie de audiência pública — para discutir o tema no dia 5 de setembro, o Dia da Amazônia.
O deputado quer ainda recolher assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a "devastação da floresta".
— Não só as queimadas, mas também o desmatamento e o garimpo ilegal — afirmou.
No início do protesto, um boneco do ex-presidente Lula com os dizeres Lula Livre foi inflado, gerando polêmica entre alguns manifestantes, que reclamaram da mistura entre a agenda ambiental e a política.