O desmatamento na Amazônia no mês de junho de 2019 foi cerca de 57% maior do que no mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Deter, sistema de alertas de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
As informações do mês passado, por enquanto, só vão até o dia 28 — o que pode ainda causar alterações no crescimento da taxa de desmate. No mês de junho, foram desmatados cerca de 769 km², segundo o Deter. Em 2018, o valor era de aproximadamente 488 km².
As taxas apontadas pelo Deter, contudo, são diferentes do nível de desmatamento consolidado publicado anualmente através do Prodes, também do Inpe, que realiza monitoramento por satélites.
— O Deter é um dado oficial que pega o pulso do desmatamento mensal — afirma Carlos Souza, da ONG Imazon.
Ele explica que, no caso do Prodes, após o calendário do ano de desmatamento levado em consideração — de agosto a julho — ser fechado, as melhores imagens de satélite, com menor interferência de nuvens, são selecionadas e analisadas para se obter dados mais precisos.
Maior patamar da última década
Segundo análise ainda em processo da Imazon, de agosto do ano passado até junho deste ano, houve um aumento de desmatamento de cerca de 8%, quando comparado ao mesmo período anterior. O desmate na Amazônia vem apresentando tendência de crescimento desde 2012, ano no qual alcançou seu menor valor histórico.
No ano passado (considerando o período entre 2017 e 2018), a destruição da Amazônia atingiu o maior patamar da última década, com 7.900 km² de floresta derrubados. O valor representou crescimento de cerca de 14% em relação ao período anterior (2016-2017).
Souza afirma que é alta a probabilidade de aumento no desmatamento em relação ao período anterior. As taxas consolidadas de desmate costumam ser divulgadas pelo Inpe próximo ao fim do ano.