Moradores de Santa Maria, na região central do Estado, promoveram um protesto na RS-287, na tarde deste domingo (13). Os manifestantes criticaram o aumento do pedágio e pediram isenção do tributo para quem circula dentro do município. O ato ocorreu próximo à praça de pedágio e gerou congestionamento no trecho.
Os manifestantes realizaram obstruções intercaladas de 10 minutos. O ato foi organizado por moradores dos distritos da Palma e do Arroio Só, que ficam separados do centro de Santa Maria pelo pedágio e precisam pagar para acessar a região central da cidade.
— Nós não temos nem ponte do lado de cá e está sendo vergonhosa a situação pela qual esses distritos estão passando, assim como o quilombo também. É por causa disso e pela nossa estrada, que está horrível, além do aumento do pedágio, que a gente está fazendo esse protesto pacífico — explicou o aposentado Zaluar Soares da Silva, 58 anos, que participou do protesto.
Outro ponto criticado pelos manifestantes foram os buracos no asfalto da rodovia. Nos cartazes que carregavam e nos folhetos distribuídos, os manifestantes atribuíram à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) a falta de manutenção da estrada e o aumento do pedágio.
"Parte do aumento do pedágio por erro da EGR! A estatal faz o serviço mal feito e querem que você pague a conta", dizia o folder distribuído aos motoristas.
A rodovia foi concedida à iniciativa privada por 30 anos em 2020, quando o Consórcio Via Central arrematou o trecho entre Tabaí e Santa Maria.
Contrapontos
Procurada pela reportagem, a EGR informou que não administra a rodovia desde 2021.
A concessionária Rota de Santa Maria, que administra o trecho atualmente, se manifestou por meio de nota. A empresa afirmou que uma segunda ponte provisória "está sendo instalada e estará em operação até o final do mês de outubro", enquanto a estrutura definitiva não estiver implantada. Também disse que há estudos sobre "a possibilidade de implementação de sistema de desconto tarifário para usuários frequentes". E sobre a qualidade da via, ressaltou que o "trabalho de recuperação do asfalto e do acostamento está sendo realizado em regime de força-tarefa".
Veja a nota completa abaixo:
A Rota de Santa Maria informa que todos os esforços estão sendo feitos para restabelecer a normalidade e a qualidade dos serviços na RSC-287. A concessionária está trabalhando em conjunto com o Estado (poder concedente) e o Ministério Público do Rio Grande do Sul, conforme o planejamento estabelecido na reunião de 17 de setembro.
Uma segunda ponte provisória, similar à estrutura existente no Arroio Grande, está sendo instalada e estará em operação até o final do mês de outubro, pelo período necessário para a implantação da ponte definitiva, estimado em 5-6 meses de obra. Com a segunda estrutura provisória, será eliminado o Pare e Siga no local. Com uma ponte para cada sentido, a rodovia ganhará mais fluidez e o tempo de deslocamento será significativamente reduzido. Todo o processo prioriza a segurança dos usuários, mantendo os limites de velocidade e capacidade de carga nas pontes.
Paralelamente, o trabalho de recuperação do asfalto e do acostamento está sendo realizado em regime de força-tarefa, visando solucionar os problemas ao longo dos 204,5 quilômetros do trecho concedido da RSC-287, entre Tabaí e Santa Maria. Já foram investidos mais de R$ 40 milhões, em caráter emergencial, para reparar os danos causados pela catástrofe climática que atingiu o Estado em maio deste ano.
Por fim, esclarecemos que a concessão o governo estadual está estudando a possibilidade de implementação de sistema de desconto tarifário para usuários frequentes. A Rota de Santa Maria reforça seu compromisso de manter o diálogo com as comunidades atendidas, bem como com as lideranças políticas e empresariais da região, e assegura que continuará trabalhando para a plena recuperação da rodovia.