Quando for inaugurada, a ampliação da BR-448 deverá ter impacto significativo ao melhorar o fluxo de veículos nas vias próximas, facilitar o escoamento de cargas e a ligação entre a Região Metropolitana e a Serra.
Um dos primeiros efeitos do projeto em andamento, conforme avaliação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), seria o deslocamento de mais uma parte do tráfego concentrado hoje na BR-116 para o novo percurso e aliviar um dos principais nós viários atualmente no Estado — a área em torno do chamado Viaduto da Scharlau, em São Leopoldo.
— O fluxo de veículos que desce da Serra, por exemplo, não precisaria mais entrar no gargalo que é o bairro Scharlau. Haveria menos veículos transitando por ali. A partir desse novo trecho, poderiam seguir por uma rota alternativa, reduzindo congestionamentos e acidentes — avalia o chefe do setor de Segurança Viária da PRF no Estado, Leandro Maciel.
Os primeiros 22 quilômetros da Rodovia do Parque ajudaram a aliviar a pressão sobre o pedaço da BR-116 entre a Capital e Sapucaia do Sul. Segundo estimativas da PRF, o movimento no principal eixo viário do Estado se reduziu de cerca de 120 mil veículos por dia para uma média ao redor de 80 mil.
O prefeito de Portão, Kiko Hoff, acredita que a continuidade da Rodovia do Parque provocará um alto impacto também em termos logísticos, facilitando o escoamento de cargas e produtos:
— Avalio como a obra mais importante do Estado hoje. Além de desafogar a BR-116 do fluxo que hoje vem do Vale do Caí, do Vale do Sinos, da Serra, transformaria Portão em um segundo polo logístico, depois de Nova Santa Rita.
Ouvidos por GZH, moradores de terrenos que seriam afetados pela construção dos acessos entre a nova via e a RS-240, em Portão, ainda aguardam definições sobre eventuais processos de desapropriação – mas também entendem que a obra traria vantagens à região.
— Ninguém falou conosco oficialmente ainda, mas, pelo que sabemos, a rodovia passaria pela área da nossa casa. De nossa parte, se for pago o valor que a propriedade tem, não teríamos problema em sair. Essa extensão seria um grande avanço para o município, ajudaria a abrir mais comércios — avalia a empresária Arielle Arnecke da Silva, 27 anos.
A aposentada Iara Winck, 66 anos, também moradora das proximidades do ponto final da futura BR-448, lembra que a ampliação já era esperada pela comunidade.
— Temos de ver se a indenização vai ser o que esperamos, mas a estrada seria uma boa coisa. As pessoas levam muito tempo para chegar ao trabalho por conta dos engarrafamentos, e temos muitos acidentes — afirma Iara.
Conforme o site do Comando Rodoviário da Brigada Militar, a RS-240 registra oito mortos em acidentes desde fevereiro do ano passado. Um projeto ainda mais ambicioso prevê a continuidade da BR-448, posteriormente, até a região de Caxias. Porém, essa última etapa exigiria mais 82 quilômetros de asfalto e investimentos na ordem de R$ 8 bilhões. Por enquanto, o foco segue na extensão da Rodovia do Parque até Portão.